Vivência Integrada: estudantes de medicina da EMCM participam de imersão no atendimento à comunidade em Macaíba

Publicado em 27 de abril de 2023

Buscando fortalecer a educação e formação em saúde centralizadas no atendimento à comunidade no Rio Grande do Norte, o Instituto Santos Dumont (ISD) recebe, durante o mês de abril, estudantes de medicina da Escola Multicampi de Ciências Médicas da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (EMCM/UFRN), sediada em Caicó. A partir da disciplina “Vivência Integrada à Comunidade”, os futuros profissionais da saúde visitaram as unidades do ISD em Macaíba e participaram de uma imersão nos serviços, pesquisas científicas e linhas de cuidado voltadas para a saúde da pessoa com deficiência e para a saúde materno-infantil.

 

A parceria entre o ISD e a EMCM com a Vivência Integrada à Comunidade foi iniciada em 2015. Os estudantes visitam o município de Macaíba durante o sexto e sétimo períodos do curso, em módulos voltados para o cuidado à saúde da criança e para o cuidado à saúde da mulher. Atualmente, os integrantes da disciplina visitam o Instituto para aprenderem sobre o cuidado especializado na pediatria, com uma imersão na perspectiva multiprofissional e dentro da rede de cuidado à pessoa com deficiência.

 

Segundo Samantha Maranhão, coordenadora de atividades de ensino de saúde no ISD, a imersão nesse cenário é importante para uma prática profissional integrada aos princípios e diretrizes do SUS, trazendo uma visão de como as Redes de Atenção à Saúde materno-infantil e da pessoa com deficiência podem se integrar. “É um cenário de imersão em práticas multiprofissionais pautadas no desenvolvimento de competências, especialmente no âmbito atitudinal, para o cuidado à saúde materno-infantil e da pessoa com deficiência”, explica.

 

Joélia Nogueira, 25, e Rafael Medeiros, 21, estudantes do sexto período, visitaram pela primeira vez o ISD durante a Vivência Integrada à Comunidade e conseguiram perceber, no modelo de serviço interdisciplinar e multiprofissional, a potencialização da formação de profissionais da saúde.

 

“A gente percebe que é importante conhecer as capacidades da reabilitação e os profissionais que podem atuar nessa área, como fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, ou fisioterapeutas. E aí a gente percebe a importância deles nessa reabilitação e de ter esse olhar de identificar e encaminhar. A experiência ampliou a nossa visão sobre as possibilidades de proporcionar uma reabilitação que tenha resolutividade”, diz Joélia.

 

Rafael Medeiros aponta que, em sua visão, existe uma uma concepção de que o profissional médico é mais afastado do contato interdisciplinar, mas que o modelo de organização multiprofissional representa uma quebra desse paradigma.

 

“Para médicos generalistas, que é o que qualquer formação médica está preconizando, nossa experiência fortaleceu a questão de conhecer as linhas de cuidado, porque agora temos muita segurança em encaminhar para outros profissionais. Aqui consegui também ampliar meus horizontes sobre a reabilitação sem limitações nas possibilidades, conhecendo as pesquisas sobre Parkinson, a eletroestimulação e os trabalhos do CER ISD, por exemplo”, expressa Rafael.

 

Para Ana Luiza Oliveira, professora da EMCM e coordenadora da Vivência Integrada, a inserção dos estudantes na comunidade, desde os anos iniciais da graduação, apresentando uma perspectiva multiprofissional, é fundamental para potencializar a formação e cumprir efetivamente com a função social da profissão.

 

“A visita ao ISD é um marco e uma cultura na vida acadêmica desses estudantes, porque eles começam a entender de fato o que é um trabalho multiprofissional e em equipe, e conhecem a resolutividade da atenção à saúde quando há uma soma de profissões. É uma etapa importante para conseguirmos mostrar um serviço que funciona de maneira interprofissional e centralizada no usuário. A perspectiva é de seguir fortalecendo para exercer a função e responsabilidade social da universidade”, pontua a professora Ana Luiza Oliveira.

 

Formação para a comunidade

A Vivência Integrada à Comunidade é vista, para a professora Ana Luiza, como um “internato longitudinal”, que proporciona, desde o início do curso, um maior e melhor entendimento acerca das necessidades em saúde da comunidade. Para isso, os estudantes são alocados em serviços públicos de saúde de três municípios fora da região metropolitana do RN: Currais Novos, Santa Cruz e Caicó. Lá, permanecem durante os oito módulos totais da disciplina, colaborando com as secretarias de saúde e com os trabalhadores, e, conforme reforça a professora, entendendo o trabalho em saúde para além do trabalho médico.

 

Joélia Nogueira compreende bem a importância desse tipo de imersão local. Ela nasceu e cresceu na Zona Rural de Caicó, e atualmente reside no mesmo bairro da Unidade Básica de Saúde em que está alocada durante o internato.

 

“Eu sou usuária da UBS, mas também estou lá aprendendo. A gente conhece a rede de saúde da região, do município, do estado, e consegue entender como aquele serviço funciona, mas também como pode melhorar, porque somos usuários e estamos integrados lá dentro. Se nós conseguimos nos colocar na sociedade no contexto em que estamos habituados, conseguimos ouvir da população quais as necessidades para tentar introduzir soluções no nosso serviço posteriormente”, expressa Joélia.

 

Para Rafael Medeiros, natural de Patos, no interior Paraíba, a ampliação do atendimento de qualidade para além dos grandes centros também é algo que ele não apenas observa, mas vivencia, tanto em sua trajetória acadêmica como em sua formação profissional.

 

“A interiorização da ciência e da saúde, assim como acontece aqui no ISD, em uma região que tem suas necessidades de atenção socioeconômica, acontece no nosso curso, que abrange a parte do Estado que não é abrangida pela região metropolitana. Isso é importante, porque normalmente, qual seria a minha perspectiva de cursar medicina na minha cidade? Então é algo que facilita muito para os estudantes, mas também para a população, que agora tem uma atenção especializada e centralizada nos interiores”, reforça Rafael.

 

Os estudantes ressaltam, ainda, que muitos profissionais da saúde que atuam em Caicó, sede da EMCM, são egressos da unidade da UFRN que estão na residência médica e agora atuam atendendo a comunidade que os acolheu. “É o que a gente espera para o futuro”, pontua Joélia.

 

Texto: Naomi Lamarck / Ascom – ISD

Foto: Ascom – ISD

Assessoria de Comunicação
comunicacao@isd.org.br
(84) 99416-1880

Instituto Santos Dumont (ISD)

É uma Organização Social vinculada ao Ministério da Educação (MEC) e engloba o Instituto Internacional de Neurociências Edmond e Lily Safra e o Centro de Educação e Pesquisa em Saúde Anita Garibaldi, ambos em Macaíba. A missão do ISD é promover educação para a vida, formando cidadãos por meio de ações integradas de ensino, pesquisa e extensão, além de contribuir para a transformação mais justa e humana da realidade social brasileira.

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A parceria entre o ISD e a EMCM com a Vivência Integrada à Comunidade foi iniciada em 2015. Os estudantes visitam o município de Macaíba durante o sexto e sétimo períodos do curso, em módulos voltados para o cuidado à saúde da criança e para o cuidado à saúde da mulher. Atualmente, os integrantes da disciplina visitam o Instituto para aprenderem sobre o cuidado especializado na pediatria, com uma imersão na perspectiva multiprofissional e dentro da rede de cuidado à pessoa com deficiência.

 

Segundo Samantha Maranhão, coordenadora de atividades de ensino de saúde no ISD, a imersão nesse cenário é importante para uma prática profissional integrada aos princípios e diretrizes do SUS, trazendo uma visão de como as Redes de Atenção à Saúde materno-infantil e da pessoa com deficiência podem se integrar. “É um cenário de imersão em práticas multiprofissionais pautadas no desenvolvimento de competências, especialmente no âmbito atitudinal, para o cuidado à saúde materno-infantil e da pessoa com deficiência”, explica.

 

Joélia Nogueira, 25, e Rafael Medeiros, 21, estudantes do sexto período, visitaram pela primeira vez o ISD durante a Vivência Integrada à Comunidade e conseguiram perceber, no modelo de serviço interdisciplinar e multiprofissional, a potencialização da formação de profissionais da saúde.

 

“A gente percebe que é importante conhecer as capacidades da reabilitação e os profissionais que podem atuar nessa área, como fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, ou fisioterapeutas. E aí a gente percebe a importância deles nessa reabilitação e de ter esse olhar de identificar e encaminhar. A experiência ampliou a nossa visão sobre as possibilidades de proporcionar uma reabilitação que tenha resolutividade”, diz Joélia.

 

Rafael Medeiros aponta que, em sua visão, existe uma uma concepção de que o profissional médico é mais afastado do contato interdisciplinar, mas que o modelo de organização multiprofissional representa uma quebra desse paradigma.

 

“Para médicos generalistas, que é o que qualquer formação médica está preconizando, nossa experiência fortaleceu a questão de conhecer as linhas de cuidado, porque agora temos muita segurança em encaminhar para outros profissionais. Aqui consegui também ampliar meus horizontes sobre a reabilitação sem limitações nas possibilidades, conhecendo as pesquisas sobre Parkinson, a eletroestimulação e os trabalhos do CER ISD, por exemplo”, expressa Rafael.

 

Para Ana Luiza Oliveira, professora da EMCM e coordenadora da Vivência Integrada, a inserção dos estudantes na comunidade, desde os anos iniciais da graduação, apresentando uma perspectiva multiprofissional, é fundamental para potencializar a formação e cumprir efetivamente com a função social da profissão.

 

“A visita ao ISD é um marco e uma cultura na vida acadêmica desses estudantes, porque eles começam a entender de fato o que é um trabalho multiprofissional e em equipe, e conhecem a resolutividade da atenção à saúde quando há uma soma de profissões. É uma etapa importante para conseguirmos mostrar um serviço que funciona de maneira interprofissional e centralizada no usuário. A perspectiva é de seguir fortalecendo para exercer a função e responsabilidade social da universidade”, pontua a professora Ana Luiza Oliveira.

 

Formação para a comunidade

A Vivência Integrada à Comunidade é vista, para a professora Ana Luiza, como um “internato longitudinal”, que proporciona, desde o início do curso, um maior e melhor entendimento acerca das necessidades em saúde da comunidade. Para isso, os estudantes são alocados em serviços públicos de saúde de três municípios fora da região metropolitana do RN: Currais Novos, Santa Cruz e Caicó. Lá, permanecem durante os oito módulos totais da disciplina, colaborando com as secretarias de saúde e com os trabalhadores, e, conforme reforça a professora, entendendo o trabalho em saúde para além do trabalho médico.

 

Joélia Nogueira compreende bem a importância desse tipo de imersão local. Ela nasceu e cresceu na Zona Rural de Caicó, e atualmente reside no mesmo bairro da Unidade Básica de Saúde em que está alocada durante o internato.

 

“Eu sou usuária da UBS, mas também estou lá aprendendo. A gente conhece a rede de saúde da região, do município, do estado, e consegue entender como aquele serviço funciona, mas também como pode melhorar, porque somos usuários e estamos integrados lá dentro. Se nós conseguimos nos colocar na sociedade no contexto em que estamos habituados, conseguimos ouvir da população quais as necessidades para tentar introduzir soluções no nosso serviço posteriormente”, expressa Joélia.

 

Para Rafael Medeiros, natural de Patos, no interior Paraíba, a ampliação do atendimento de qualidade para além dos grandes centros também é algo que ele não apenas observa, mas vivencia, tanto em sua trajetória acadêmica como em sua formação profissional.

 

“A interiorização da ciência e da saúde, assim como acontece aqui no ISD, em uma região que tem suas necessidades de atenção socioeconômica, acontece no nosso curso, que abrange a parte do Estado que não é abrangida pela região metropolitana. Isso é importante, porque normalmente, qual seria a minha perspectiva de cursar medicina na minha cidade? Então é algo que facilita muito para os estudantes, mas também para a população, que agora tem uma atenção especializada e centralizada nos interiores”, reforça Rafael.

 

Os estudantes ressaltam, ainda, que muitos profissionais da saúde que atuam em Caicó, sede da EMCM, são egressos da unidade da UFRN que estão na residência médica e agora atuam atendendo a comunidade que os acolheu. “É o que a gente espera para o futuro”, pontua Joélia.

 

Texto: Naomi Lamarck / Ascom – ISD

Foto: Ascom – ISD

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Instituto Santos Dumont (ISD)

É uma Organização Social vinculada ao Ministério da Educação (MEC) e engloba o Instituto Internacional de Neurociências Edmond e Lily Safra e o Centro de Educação e Pesquisa em Saúde Anita Garibaldi, ambos em Macaíba. A missão do ISD é promover educação para a vida, formando cidadãos por meio de ações integradas de ensino, pesquisa e extensão, além de contribuir para a transformação mais justa e humana da realidade social brasileira.

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