Primeira turma da Residência Multiprofissional é acolhida com atividades integradoras

Publicado em 23 de abril de 2018

De 09 a 13 de abril a primeira turma da Residência Multiprofissional no Cuidado à Saúde da Pessoa com Deficiência (RMSPD) do Instituto Santos Dumont (ISD) foi recebida com diversas estratégias educacionais. A Semana de Acolhimento e Integração da Residência Multiprofissional do ISD teve o objetivo de estimular a equidade para o cuidado apropriado e eficaz das Pessoas com Deficiência (PcD). Os oito novos residentes também puderam trocar experiências entre si, além de conhecer o trabalho desenvolvido pelas equipes multiprofissionais do Centro de Educação e Pesquisa em Saúde Anita Garibaldi (CEPS) e do Instituto Internacional de Neurociências Edmond e Lily Safra (IIN-ELS).

O Diretor de Ensino e Pesquisa do ISD, Reginaldo Freitas Júnior, afirma que a Política Nacional de Saúde das Pessoas com Deficiência propõe, em sua diretriz, dentre outras ações, a capacitação de recursos humanos e responsabilidades institucionais e aponta como prioritária a formação de profissionais de saúde para o desenvolvimento das ações decorrentes dessa Política. O Diretor menciona o fato de a Residência do Instituto ser pioneira no Brasil por ser especificamente focada na atenção à saúde da pessoa com deficiência, trazendo a perspectiva do cuidado ampliado e da interprofissionalidade. Ele enfatizou: “Criar a Residência é uma de nossas estratégias para fortalecer o Sistema Único de Saúde (SUS). O Sistema é feito pelas pessoas, então vamos formá-las com uma outra visão, vamos fazer delas multiplicadores desse conhecimento”.

Momento da Mesa Redownda com dois dos convidados, Gabriel Galvão e Gabriel Santiago
Integração entre os novos residentes e equipe do CEPS

Segundo Lílian Lisboa, Coordenadora da Comissão de Residência Multiprofissional do ISD, a semana de acolhimento e integração foi pensada para apresentar à primeira turma de residentes os serviços oferecidos no CEPS, dentre eles o do Centro Especializado em Reabilitação (CER III), e despertar neles as múltiplas possibilidades do cenário onde decidiram atuar: “Nossos alunos vivenciaram experiências sobre como é ser uma pessoa com deficiência e o papel da reabilitação em suas vidas. Além disso, eles puderam expor suas expectativas e anseios, e também desvendar mundos ainda não reconhecidos por eles”, afirmou a coordenadora.

Além dos profissionais do CEPS, as atividades tiveram a participação de convidados externos que falaram sobre temas diversos tais como percepção das pessoas com deficiência sobre a atenção à saúde, deficiência visual, implante coclear, síndrome de Down e lesão medular. Em muitas rodas de conversa, os residentes puderam escutar relatos tanto de pessoas com deficiência, quanto de seus cuidadores. E um dos aspectos abordados foi a perspectiva de reverter os preconceitos e promover cidadania plena às pessoas com deficiência.

Quadro feito a muitas mãos no encerramento da Semana de Integração
Aula de neuroanatomia com professor e alunos de Mestrado em Neuroengenharia do IIN-ELS

No primeiro dia, os residentes das áreas de serviço social, psicologia, fonoaudiologia e fisioterapia foram estimulados a realizar atividades usando cadeiras de rodas, muletas e vendas nos olhos, por exemplo, acompanhados pelo garoto João Gabriel de Castro, membro da Associação Neurinho (RN) e usuário do serviço de reabilitação física do CER III, que fez as vezes de “professor guia” dos residentes durante a visita às instalações do CEPS. Reginaldo explicou que as atividades da semana de acolhimento, nas quais as próprias pessoas com deficiência, seus familiares e cuidadores funcionaram como “professores”, tiveram o objetivo de provocar nos residentes a reflexão sobre o que significa a integralidade do cuidado, chamando atenção para as necessidades das PcD para além das questões técnicas relacionadas à saúde, e para a percepção da deficiência enquanto parte da diversidade humana.

“A gente precisa assumir o papel da inclusão social enquanto sociedade, o papel transformador que a nossa profissão pode ter para melhorar a vida dessas pessoas.”
Aneilma de Azevedo
Residente na área de fisioterapia no CEPS/ISD

O médico Érico Gurgel Amorim, que é cego, falou acerca do tema “As duas visões: o essencial é invisível aos olhos” e tratou a questão da deficiência visual tanto sob a perspectiva de quem cuida, quanto de quem é cuidado. Ele demonstrou alegria com o início da Residência Multiprofissional do ISD e disse que essa “é uma formação transformadora. A partir disso nós vamos conseguir trilhar novos rumos, se compararmos a antes, que nós não tínhamos essa abertura para uma saúde ampliada, focada na inclusão”. Érico citou que quando a deficiência é tratada como doença, há um distanciamento do convívio social, da transformação e da inclusão: “A Residência do ISD permite justamente ampliar essa perspectiva de trazer as pessoas com deficiência para interagir conjuntamente no meio social”.

Equipe CEPS/ISD, Érico Gurgel Amorim, residentes e integrantes do coral do Instituto de Educação e Reabilitação de Cegos do Rio Grande do Norte (IERC-RN)
Vivência dos residentes sob a orientação do "professor guia", João Gabriel de Castro, da Associação Neurinho (RN)

Confira mais relatos:

Glauciane Santana – Presidente da Associação da Síndrome de Down do RN

“Nós somos a Associação mais antiga do país que não tem perfil assistencialista, porque entendemos que esse não é o papel da instituição, mas sim dar instrumentos para que as pessoas se empoderem da cidadania. O movimento associativo nos faz questionar o nosso lugar no mundo como cidadão. A proposta de uma instituição como o ISD é pulverizar o conhecimento. Um profissional que passe por aqui pode atender em qualquer lugar sem repetir práticas antigas de cuidado”.

 

Érico Gurgel Amorim, médico

“É muito útil nesse contexto nós percebermos a diferença que há no outro e que há em todos nós. A partir dessas diferenças é que nós construímos um mundo de pluralidades e da riqueza que há. Esse diálogo de sensibilização irá permitir perceber melhor esse mundo de diferenças e potencialidades. Nós, de fato, vivemos em sociedade a partir de uma construção coletiva, de anseios coletivos pela congregação dessas diferenças”.

Glauciane Santana (de azul), Presidente da Associação da Síndrome de Down do RN
O médico Érico Gurgel Amorim durante roda de conversa com os novos residentes

AGRADECIMENTOS

O Instituto Santos Dumont (ISD) agradece às seguintes instituições e pessoas, pela generosidade de compartilhar a riqueza de suas experiências de vida e trabalho e por se mostrarem disponíveis para ajudar o ISD a concretizar a Semana de Acolhimento e Integração da Residência Multiprofissional no Cuidado à Saúde da Pessoa com Deficiência - Turma 2018: Anailson Márcio Gomes, Associação da Síndrome de Down do Rio Grande do Norte, Associação Neurinho, Bráulio Costa, Carlos Henrique da Silva Maia Coral do Instituto de Educação e Reabilitação de Cegos do Rio Grande do Norte, Érico Gurgel Amorim, Flávio Freitas, Gabriel Galvão Prestes, Gabriel Santiago Gomes, Glauciane Santana, João Gabriel de Castro Oliveira, Juliana Andrade de Castro Oliveira, Luciana Pereira da Silva Monte, Luiza Santos Moreira da Costa, Márcia Marina Santiago Gomes, Sônia Miriam Galvão Bacurau, Valéria Cristina Montenegro Batista Lins

Texto e fotos:  Ariane Mondo / Ascom – ISD

Assessoria de Comunicação
comunicacao@isd.org.br
(84) 99416-1880

Instituto Santos Dumont (ISD)

Organização Social que mantém vínculo com o Ministério da Educação (MEC) e cuja missão é promover educação para a vida, formando cidadãos por meio de ações integradas de ensino, pesquisa e extensão e contribuir para a transformação mais justa e humana da realidade social brasileira.

Assessoria de Comunicação
comunicacao@isd.org.br
(84) 99416-1880

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O Diretor de Ensino e Pesquisa do ISD, Reginaldo Freitas Júnior, afirma que a Política Nacional de Saúde das Pessoas com Deficiência propõe, em sua diretriz, dentre outras ações, a capacitação de recursos humanos e responsabilidades institucionais e aponta como prioritária a formação de profissionais de saúde para o desenvolvimento das ações decorrentes dessa Política. O Diretor menciona o fato de a Residência do Instituto ser pioneira no Brasil por ser especificamente focada na atenção à saúde da pessoa com deficiência, trazendo a perspectiva do cuidado ampliado e da interprofissionalidade. Ele enfatizou: “Criar a Residência é uma de nossas estratégias para fortalecer o Sistema Único de Saúde (SUS). O Sistema é feito pelas pessoas, então vamos formá-las com uma outra visão, vamos fazer delas multiplicadores desse conhecimento”.

Momento da Mesa Redownda com dois dos convidados, Gabriel Galvão e Gabriel Santiago
Integração entre os novos residentes e equipe do CEPS

Segundo Lílian Lisboa, Coordenadora da Comissão de Residência Multiprofissional do ISD, a semana de acolhimento e integração foi pensada para apresentar à primeira turma de residentes os serviços oferecidos no CEPS, dentre eles o do Centro Especializado em Reabilitação (CER III), e despertar neles as múltiplas possibilidades do cenário onde decidiram atuar: “Nossos alunos vivenciaram experiências sobre como é ser uma pessoa com deficiência e o papel da reabilitação em suas vidas. Além disso, eles puderam expor suas expectativas e anseios, e também desvendar mundos ainda não reconhecidos por eles”, afirmou a coordenadora.

Além dos profissionais do CEPS, as atividades tiveram a participação de convidados externos que falaram sobre temas diversos tais como percepção das pessoas com deficiência sobre a atenção à saúde, deficiência visual, implante coclear, síndrome de Down e lesão medular. Em muitas rodas de conversa, os residentes puderam escutar relatos tanto de pessoas com deficiência, quanto de seus cuidadores. E um dos aspectos abordados foi a perspectiva de reverter os preconceitos e promover cidadania plena às pessoas com deficiência.

Quadro feito a muitas mãos no encerramento da Semana de Integração
Aula de neuroanatomia com professor e alunos de Mestrado em Neuroengenharia do IIN-ELS

No primeiro dia, os residentes das áreas de serviço social, psicologia, fonoaudiologia e fisioterapia foram estimulados a realizar atividades usando cadeiras de rodas, muletas e vendas nos olhos, por exemplo, acompanhados pelo garoto João Gabriel de Castro, membro da Associação Neurinho (RN) e usuário do serviço de reabilitação física do CER III, que fez as vezes de “professor guia” dos residentes durante a visita às instalações do CEPS. Reginaldo explicou que as atividades da semana de acolhimento, nas quais as próprias pessoas com deficiência, seus familiares e cuidadores funcionaram como “professores”, tiveram o objetivo de provocar nos residentes a reflexão sobre o que significa a integralidade do cuidado, chamando atenção para as necessidades das PcD para além das questões técnicas relacionadas à saúde, e para a percepção da deficiência enquanto parte da diversidade humana.

“A gente precisa assumir o papel da inclusão social enquanto sociedade, o papel transformador que a nossa profissão pode ter para melhorar a vida dessas pessoas.”
Aneilma de Azevedo
Residente na área de fisioterapia no CEPS/ISD

O médico Érico Gurgel Amorim, que é cego, falou acerca do tema “As duas visões: o essencial é invisível aos olhos” e tratou a questão da deficiência visual tanto sob a perspectiva de quem cuida, quanto de quem é cuidado. Ele demonstrou alegria com o início da Residência Multiprofissional do ISD e disse que essa “é uma formação transformadora. A partir disso nós vamos conseguir trilhar novos rumos, se compararmos a antes, que nós não tínhamos essa abertura para uma saúde ampliada, focada na inclusão”. Érico citou que quando a deficiência é tratada como doença, há um distanciamento do convívio social, da transformação e da inclusão: “A Residência do ISD permite justamente ampliar essa perspectiva de trazer as pessoas com deficiência para interagir conjuntamente no meio social”.

Equipe CEPS/ISD, Érico Gurgel Amorim, residentes e integrantes do coral do Instituto de Educação e Reabilitação de Cegos do Rio Grande do Norte (IERC-RN)
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Confira mais relatos:

Glauciane Santana – Presidente da Associação da Síndrome de Down do RN

“Nós somos a Associação mais antiga do país que não tem perfil assistencialista, porque entendemos que esse não é o papel da instituição, mas sim dar instrumentos para que as pessoas se empoderem da cidadania. O movimento associativo nos faz questionar o nosso lugar no mundo como cidadão. A proposta de uma instituição como o ISD é pulverizar o conhecimento. Um profissional que passe por aqui pode atender em qualquer lugar sem repetir práticas antigas de cuidado”.

 

Érico Gurgel Amorim, médico

“É muito útil nesse contexto nós percebermos a diferença que há no outro e que há em todos nós. A partir dessas diferenças é que nós construímos um mundo de pluralidades e da riqueza que há. Esse diálogo de sensibilização irá permitir perceber melhor esse mundo de diferenças e potencialidades. Nós, de fato, vivemos em sociedade a partir de uma construção coletiva, de anseios coletivos pela congregação dessas diferenças”.

Glauciane Santana (de azul), Presidente da Associação da Síndrome de Down do RN
O médico Érico Gurgel Amorim durante roda de conversa com os novos residentes

AGRADECIMENTOS

O Instituto Santos Dumont (ISD) agradece às seguintes instituições e pessoas, pela generosidade de compartilhar a riqueza de suas experiências de vida e trabalho e por se mostrarem disponíveis para ajudar o ISD a concretizar a Semana de Acolhimento e Integração da Residência Multiprofissional no Cuidado à Saúde da Pessoa com Deficiência - Turma 2018: Anailson Márcio Gomes, Associação da Síndrome de Down do Rio Grande do Norte, Associação Neurinho, Bráulio Costa, Carlos Henrique da Silva Maia Coral do Instituto de Educação e Reabilitação de Cegos do Rio Grande do Norte, Érico Gurgel Amorim, Flávio Freitas, Gabriel Galvão Prestes, Gabriel Santiago Gomes, Glauciane Santana, João Gabriel de Castro Oliveira, Juliana Andrade de Castro Oliveira, Luciana Pereira da Silva Monte, Luiza Santos Moreira da Costa, Márcia Marina Santiago Gomes, Sônia Miriam Galvão Bacurau, Valéria Cristina Montenegro Batista Lins

Texto e fotos:  Ariane Mondo / Ascom – ISD

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