Parkinson: exercícios, cuidados na rotina e interação são fundamentais na quarentena

Publicado em 3 de julho de 2020
Exercícios de mímica facial ajudam a fortalecer músculos e estão entre os recomendados aos pacientes

De frente para o espelho, a primeira missão é levantar as sobrancelhas ao máximo. 

Levantar as sobrancelhas e abrir a boca ao mesmo tempo – tipo ‘cara de surpresa’ – franzir o nariz, como se sentisse ‘aquele’ mau cheiro, e dar um ‘sorrisinho tímido’, com os lábios juntos, são os próximos passos.

Para terminar a série, pensar em algo muito, mas muito feliz.

E abrir um sorriso de mostrar os dentes.

Você pode ter imaginado, mas esse está longe de ser um guia de ‘caras e bocas’ para a quarentena.

A sequência faz parte de um conjunto de “exercícios de mímica facial” sugerido a homens e mulheres que profissionais do Instituto Santos Dumont (ISD) acompanham – atualmente ‘à distância’ – na clínica de Parkinson.

O Centro de Educação e Pesquisa em Saúde Anita Garibaldi, do ISD, atua como Centro de Reabilitação (CER III) desde 2017 e é referência no Sistema Único de Saúde (SUS).

O trabalho envolve neurologista e profissionais de fisioterapia, psicologia, neuropsicologia, fonoaudiologia, terapia ocupacional e alunos da Residência Multiprofissional no Cuidado à Saúde da Pessoa com Deficiência. O Instituto também dispõe de fisioterapia pélvica para bexiga neurogênica e urologista. 

A clínica engloba cerca de 57 pacientes. Faz atendimentos individuais e em grupos multiterapêuticos que, com a necessidade de isolamento decorrente da pandemia, têm ocorrido por telefone e com o uso de aplicativo de celular.

“Estamos em teleatendimento com vários usuários e familiares em um grupo multiprofissional que acontece nas quintas-feiras. Nele são abordados vários temas, como orientações para exercícios físicos, fonoaudiológicos, reflexões sobre a saúde mental, exercícios cognitivos para manter a mente ativa e informações de educação em saúde,  incluindo como utilizar a arte para expressar como estão vivenciando o período de recolhimento e como identificar e não compartilhar informações falsas”, descreve a neuropsicóloga Joísa Araújo.

Estratégias que estimulam o cuidado com a saúde mental e a difusão de informações que reforçam a importância de uma rotina em que durmam bem, tenham uma alimentação saudável e interajam com a família – de forma presencial ou remota, para reduzir a ansiedade – estão entre as disseminadas para o grupo. Diferentes exercícios –  incluindo esses, de mímica facial – também são apontados como fundamentais para manter a reabilitação em dia, segundo a fonoaudióloga e preceptora multiprofissional do ISD, Marília Pinheiro.

Fortalecimento dos músculos

Os exercícios de mímica facial servem para o fortalecimento dos músculos da face e fazem parte de uma série de orientações encaminhada pela equipe no atendimento remoto.

Ilustrações estão entre as estratégias usadas para fixar as mensagens. Clique nas imagens abaixo para ampliar as que foram produzidas.

Orientação profissional

“Os exercícios de mímica facial ajudam a fortalecer a musculatura da face, como lábios, língua e bochechas. Qualquer indivíduo pode realizar, desde que tenha orientação de um profissional fonoaudiólogo para entender a demanda e direcionar os exercícios para a musculatura comprometida”, diz Marília.

Ela explica que esses exercícios são geralmente voltados a idosos ou pessoas que estão em recuperação de algum quadro neurológico, “uma vez que distúrbios musculares ocasionados por desordem neurológica ou como consequência do envelhecimento podem levar à fraqueza da musculatura da face”. 

No Parkinson, os indivíduos apresentam um enrijecimento da musculatura facial, o que compromete as funções de fala, mastigação e deglutição. Assim, pessoas com essa condição apresentam dificuldade de articular a fala; cansaço e mastigação pouco eficiente, além de dificuldade para engolir os alimentos. É nesses aspectos – complementa a fonoaudióloga – que a mímica facial ajuda.

O ISD atende a pessoas com Parkinson desde 2017 e é considerado referência na área: Imagem mostra o funcionamento da clínica meses antes da pandemia

O que é a doença de Parkinson?

A doença de Parkinson é uma patologia cujos sinais e sintomas neurológicos afetam os movimentos do corpo e podem incluir, por exemplo, tremores, rigidez muscular, desequilíbrio e alterações na fala. A doença tem natureza degenerativa e também pode causar diminuição do olfato, constipação intestinal, bexiga neurogênica, alterações cognitivas e depressão.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, 1% da população acima de 65 anos é portadora da Doença e o início dos sintomas motores costuma ocorrer por volta dos 60 anos. 

Em um estudo epidemiológico realizado em Natal/RN em 2016 foi identificada maior frequência de indivíduos com a doença na faixa etária entre 70 e 79 anos – a maioria do sexo masculino.

SAIBA MAIS

O trabalho do Instituto Santos Dumont (ISD) relacionado à Doença de Parkinson inclui um grupo educativo voltado a pacientes e familiares, cuidadores e qualquer interessado no tema, por meio do projeto Educa Parkinson. O grupo funciona com encontros mensais no CEPS Anita Garibaldi, em Macaíba (RN),temporariamente suspensos em razão da pandemia. No caso da clínica, o atendimento presencial - também temporariamente suspenso - é aberto a moradores de Natal, Parnamirim, Extremoz, São Gonçalo do Amarante e Macaíba. Para ter acesso, é preciso passar por uma triagem com a equipe. A marcação é feita por telefone, em ligação para a recepção do  CER III Anita Garibaldi: (84) 3271-3612 | (84) 3271-1064.

Texto: Renata Moura / Ascom – ISD

 

Assessoria de Comunicação
comunicacao@isd.org.br
(84) 99416-1880

Instituto Santos Dumont (ISD)

É uma Organização Social vinculada ao Ministério da Educação (MEC) e engloba o Instituto Internacional de Neurociências Edmond e Lily Safra e o Centro de Educação e Pesquisa em Saúde Anita Garibaldi, ambos em Macaíba. A missão do ISD é promover educação para a vida, formando cidadãos por meio de ações integradas de ensino, pesquisa e extensão, além de contribuir para a transformação mais justa e humana da realidade social brasileira.

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comunicacao@isd.org.br
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Levantar as sobrancelhas e abrir a boca ao mesmo tempo – tipo ‘cara de surpresa’ – franzir o nariz, como se sentisse ‘aquele’ mau cheiro, e dar um ‘sorrisinho tímido’, com os lábios juntos, são os próximos passos.

Para terminar a série, pensar em algo muito, mas muito feliz.

E abrir um sorriso de mostrar os dentes.

Você pode ter imaginado, mas esse está longe de ser um guia de ‘caras e bocas’ para a quarentena.

A sequência faz parte de um conjunto de “exercícios de mímica facial” sugerido a homens e mulheres que profissionais do Instituto Santos Dumont (ISD) acompanham – atualmente ‘à distância’ – na clínica de Parkinson.

O Centro de Educação e Pesquisa em Saúde Anita Garibaldi, do ISD, atua como Centro de Reabilitação (CER III) desde 2017 e é referência no Sistema Único de Saúde (SUS).

O trabalho envolve neurologista e profissionais de fisioterapia, psicologia, neuropsicologia, fonoaudiologia, terapia ocupacional e alunos da Residência Multiprofissional no Cuidado à Saúde da Pessoa com Deficiência. O Instituto também dispõe de fisioterapia pélvica para bexiga neurogênica e urologista. 

A clínica engloba cerca de 57 pacientes. Faz atendimentos individuais e em grupos multiterapêuticos que, com a necessidade de isolamento decorrente da pandemia, têm ocorrido por telefone e com o uso de aplicativo de celular.

“Estamos em teleatendimento com vários usuários e familiares em um grupo multiprofissional que acontece nas quintas-feiras. Nele são abordados vários temas, como orientações para exercícios físicos, fonoaudiológicos, reflexões sobre a saúde mental, exercícios cognitivos para manter a mente ativa e informações de educação em saúde,  incluindo como utilizar a arte para expressar como estão vivenciando o período de recolhimento e como identificar e não compartilhar informações falsas”, descreve a neuropsicóloga Joísa Araújo.

Estratégias que estimulam o cuidado com a saúde mental e a difusão de informações que reforçam a importância de uma rotina em que durmam bem, tenham uma alimentação saudável e interajam com a família – de forma presencial ou remota, para reduzir a ansiedade – estão entre as disseminadas para o grupo. Diferentes exercícios –  incluindo esses, de mímica facial – também são apontados como fundamentais para manter a reabilitação em dia, segundo a fonoaudióloga e preceptora multiprofissional do ISD, Marília Pinheiro.

Fortalecimento dos músculos

Os exercícios de mímica facial servem para o fortalecimento dos músculos da face e fazem parte de uma série de orientações encaminhada pela equipe no atendimento remoto.

Ilustrações estão entre as estratégias usadas para fixar as mensagens. Clique nas imagens abaixo para ampliar as que foram produzidas.

Orientação profissional

“Os exercícios de mímica facial ajudam a fortalecer a musculatura da face, como lábios, língua e bochechas. Qualquer indivíduo pode realizar, desde que tenha orientação de um profissional fonoaudiólogo para entender a demanda e direcionar os exercícios para a musculatura comprometida”, diz Marília.

Ela explica que esses exercícios são geralmente voltados a idosos ou pessoas que estão em recuperação de algum quadro neurológico, “uma vez que distúrbios musculares ocasionados por desordem neurológica ou como consequência do envelhecimento podem levar à fraqueza da musculatura da face”. 

No Parkinson, os indivíduos apresentam um enrijecimento da musculatura facial, o que compromete as funções de fala, mastigação e deglutição. Assim, pessoas com essa condição apresentam dificuldade de articular a fala; cansaço e mastigação pouco eficiente, além de dificuldade para engolir os alimentos. É nesses aspectos – complementa a fonoaudióloga – que a mímica facial ajuda.

O ISD atende a pessoas com Parkinson desde 2017 e é considerado referência na área: Imagem mostra o funcionamento da clínica meses antes da pandemia

O que é a doença de Parkinson?

A doença de Parkinson é uma patologia cujos sinais e sintomas neurológicos afetam os movimentos do corpo e podem incluir, por exemplo, tremores, rigidez muscular, desequilíbrio e alterações na fala. A doença tem natureza degenerativa e também pode causar diminuição do olfato, constipação intestinal, bexiga neurogênica, alterações cognitivas e depressão.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, 1% da população acima de 65 anos é portadora da Doença e o início dos sintomas motores costuma ocorrer por volta dos 60 anos. 

Em um estudo epidemiológico realizado em Natal/RN em 2016 foi identificada maior frequência de indivíduos com a doença na faixa etária entre 70 e 79 anos – a maioria do sexo masculino.

SAIBA MAIS

O trabalho do Instituto Santos Dumont (ISD) relacionado à Doença de Parkinson inclui um grupo educativo voltado a pacientes e familiares, cuidadores e qualquer interessado no tema, por meio do projeto Educa Parkinson. O grupo funciona com encontros mensais no CEPS Anita Garibaldi, em Macaíba (RN),temporariamente suspensos em razão da pandemia. No caso da clínica, o atendimento presencial - também temporariamente suspenso - é aberto a moradores de Natal, Parnamirim, Extremoz, São Gonçalo do Amarante e Macaíba. Para ter acesso, é preciso passar por uma triagem com a equipe. A marcação é feita por telefone, em ligação para a recepção do  CER III Anita Garibaldi: (84) 3271-3612 | (84) 3271-1064.

Texto: Renata Moura / Ascom – ISD

 

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Instituto Santos Dumont (ISD)

É uma Organização Social vinculada ao Ministério da Educação (MEC) e engloba o Instituto Internacional de Neurociências Edmond e Lily Safra e o Centro de Educação e Pesquisa em Saúde Anita Garibaldi, ambos em Macaíba. A missão do ISD é promover educação para a vida, formando cidadãos por meio de ações integradas de ensino, pesquisa e extensão, além de contribuir para a transformação mais justa e humana da realidade social brasileira.

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