O vírus Zika, transmitido pela picada do mosquito Aedes aegypti, chamou a atenção da comunidade internacional, especialmente dos profissionais e pesquisadores de saúde, devido ao grande número de casos registrados no Brasil. Após estudos foi possível associar a infecção pelo vírus a nascimentos de bebês com microcefalia e outras alterações, afetando mais de duas mil crianças no auge da epidemia do Zika vírus no país, entre 2015 e 2016.
A partir disso, pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), por meio do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz), passaram a desenvolver projetos focados em distintos aspectos da enfermidade. Um deles, coordenado pela pesquisadora do IFF/Fiocruz, Lucia Maria Costa Monteiro, aborda “sequelas no sistema urinário em crianças expostas à infecção fetal por Zika vírus e portadores de lesões neurológicas”. Em 30 de abril, a pesquisadora visitou as unidades do Instituto Santos Dumont (ISD), em Macaíba (RN), e conversou com preceptores, supervisores de estágio, profissionais de saúde e residentes multiprofissionais do Centro de Educação e Pesquisa em Saúde Anita Garibaldi (CEPS/ISD), além de pesquisadores e alunos do mestrado em Neuroengenharia do Instituto Internacional de Neurociências Edmond e Lily Safra (IIN-ELS/ISD), que desenvolvem trabalhos ou pesquisas relacionadas ao Zika vírus. Também participaram da reunião, os convidados Nivia Rodrigues Arrais, responsável pelo ambulatório de microcefalia do Hospital Universitário Onofre Lopes (HUOL/UFRN/EBSERH), e Rafael Pauletti, responsável pelo ambulatório de uropediatria do Centro de Saúde Luiz Antônio Fonseca Santos, de Macaíba (RN).
A pesquisadora da Fiocruz veio para estabelecer parceria com o ISD, relacionada a crianças com microcefalia que apresentem disfunções no sistema urinário, conhecidas como bexiga neurogênica. Segundo explicou Lucia, a ideia é reconhecer instituições, no âmbito do Nordeste, que consigam formar profissionais de saúde para diagnóstico e acompanhamento desses casos, e que possam atuar como multiplicadores na região, em locais que precisem desses conhecimentos. Durante a visita, Monteiro afirmou que o “Instituto Santos Dumont tem todo o conhecimento tecnológico para trabalhar com as áreas neurológica e urodinâmica, além de possuir os profissionais habilitados. Sem dúvida, é um lugar que tem todo o potencial para fazer essa capacitação em parceria com a Fiocruz”.
De acordo com Reginaldo Freitas Júnior, Diretor de Ensino e Pesquisa do ISD, essa parceria é importante, “porque amplia as perspectivas do cuidado integral às crianças com síndrome congênita associada à infecção pelo vírus Zika, uma necessidade do Rio Grande do Norte, e fortalece as ações integradas de ensino, pesquisa e extensão que o Instituto Santos Dumont já desenvolve nessa área de atuação”.
Desde 2016, a Portaria Nº 1.430 do Ministério da Saúde habilitou o CEPS/ISD como Centro Especializado em Reabilitação nas áreas auditiva, física e intelectual (CER III). Dentre as clínicas oferecidas, está a de microcefalia. O CER III do ISD atende usuários de Macaíba, Natal, São Gonçalo do Amarante, Extremoz e Parnamirim.
Texto e fotos: Ariane Mondo / Ascom – ISD
Foto destaque: Luiz Paulo Juttel / Ascom – ISD
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Instituto Santos Dumont (ISD)
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