Pais de crianças com autismo atendidas no ISD aprendem a usar livro de comunicação alternativa

Publicado em 27 de setembro de 2021

O comprometimento em algum grau da comunicação e da linguagem são condições que caracterizam o Transtorno do Espectro Autista (TEA). Para mitigar os impactos da falta de uma comunicação efetiva no cotidiano das pessoas com essa condição, o Instituto Santos Dumont (ISD) participa de um Projeto de Pesquisa Multicêntrica em Autismo com pesquisadoras da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Nesta quarta-feira (15/09), professoras do Curso de Fonoaudiologia da UFRN e UFPE estiveram no Centro de Educação e Pesquisa em Saúde Anita Garibaldi (Anita) para ensinarem aos pais de crianças com autismo, o uso de um livro de comunicação aumentada e alternativa, uma das etapas do projeto.

 

A preceptora multiprofissional fonoaudióloga Luana Aprígio representa o Instituto Santos Dumont no projeto, que também é integrado pela Professora Dra. Cíntia Salgado Azoni, do Departamento de Fonoaudiologia da UFRN; pela Professora Dra. Ana Cristina Montenegro, do curso de Fonoaudiologia da UFPE; por João Victor Silva, aluno de Fonoaudiologia da UFRN, além de pesquisadores da Universidade Federal da Paraíba. As pesquisas desenvolvidas pelo grupo serão aplicadas em pacientes com autismo atendidos no Anita, com foco nas crianças de 2 a 5 anos com dificuldade de desenvolvimento na fala.

 

“Essa parceria é importante para estabelecer parcerias, ampliar possibilidades de intervenções, torná-las mais acessíveis à população em geral e fazendo com que isso seja aplicado a diferentes realidades. Precisamos ampliar o acesso ao tratamento. Esse é um dos principais objetivos”, destaca Luana Aprígio.

 

Dentro da proposta de estímulo ao desenvolvimento da fala, as pesquisadoras utilizam um livro de comunicação aumentativa e alternativa com figuras diversas, ligadas ao cotidiano da criança, dos pais ou responsáveis para estimular a comunicação funcional. “Por meio do livro, a criança pode se comunicar funcionalmente com diversas pessoas, em diversos ambientes. Cerca de 25% a 30% das pessoas com autismo não desenvolvem a fala. A gente começa a estimular para desenvolver a comunicação verbal. Se não acontecer, ela aprende a usar o livro com as figuras”, explica a Ana Cristina Montenegro, que apresentou palestra no Anita nesta quarta-feira sobre o livro.

Alterações

 

Crianças com autismo que não conseguem se comunicar apresentam alterações de comportamento. Para facilitar o processo comunicativo, o livro tem imagens que representam sentimentos como tristeza, felicidade, raiva, entre outros. Também estão dispostas as letras do alfabeto, verbos de ação, questões como quando, onde, lugar e horário. A proposta de uso do livro torna o serviço acessível a todos em decorrência do baixo custo, diferente dos aplicativos que precisam ser baixados em computadores, tablets ou smartphones. 

 

A preceptora multiprofissional fonoaudióloga do ISD, Luana Aprigio, convidou a Professora Ana Cristina Montenegro para uma aula no Anita e integrou o Instituto Santos Dumont à pesquisa. O projeto foi inscrito no Comitê de Ética do ISD para que a prática da pesquisa ocorra na UFPE e no Anita, envolvendo alunos de graduação da UFRN e da Residência Multiprofissional no Cuidado à Saúde da Pessoa com Deficiência, desenvolvida pelo Instituto Santos Dumont.

 

“O livro não é só da criança. É um sistema de comunicação também que pode ser usado pelos pais e demais parceiros da comunicação para se comunicarem com o filho com autismo. A comunicação gera compreensão. Crianças com autismo têm alta capacidade visual. Alguns cientistas chamam de pensadores concretos. O livro estimula a criança a falar espontaneamente, a partir da organização do pensamento estimulado pelo livro”, ressalta Ana Cristina Montenegro.

 

Prática

 

Foram convidados seis pais de crianças com autismo atendidas no Anita para participarem da palestra com o objetivo de ensiná-los a usar o livro e, principalmente, estimular a utilização com a criança. Após a explicação teórica, as pesquisadoras e o aluno de Fonoaudiologia da UFRN ensinaram o correto manuseio do livro. 

 

“A criança com autismo que consegue falar não vai deixar de falar por causa da comunicação aumentativa alternativa. Na verdade, é um estímulo a mais para se comunicar e expressar emoções, ideias”, frisa Ana Cristina Montenegro. 

 

Transtorno do espectro autista

 

O transtorno do espectro autista (TEA) se refere a uma série de condições caracterizadas por algum grau de comprometimento na comunicação social e interesses restritos ou movimentos repetitivos.

 

O TEA começa na infância e persiste na adolescência e na idade adulta. Os sinais são aparentes nos primeiros três anos de vida.  

 

Indivíduos com transtorno do espectro autista podem apresentar outras condições concomitantes, incluindo epilepsia, depressão, ansiedade e transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH). O nível de funcionamento em indivíduos com TEA é variável, e está relacionado ao nível de suporte que esse indivíduo precisa para sua autonomia.

Principais fatos


Os transtornos do espectro autista começam na infância e persistem ao longo da vida.

Embora algumas pessoas com transtorno do espectro autista possam viver de forma independente, outras têm dificuldades significativas e necessitam de cuidados e apoio ao longo da vida.


As intervenções baseadas em evidências, como o tratamento comportamental e os programas de treinamento de habilidades para os pais, podem reduzir as dificuldades de comunicação e comportamento social, com impacto positivo no bem-estar e qualidade de vida das pessoas com TEA e seus cuidadores.


As intervenções para as pessoas com transtorno do espectro autista precisam ser acompanhadas por ações amplas, tornando ambientes físicos, sociais e atitudinais mais acessíveis, inclusivos e de apoio.


Em todo o mundo, as pessoas com transtorno do espectro autista são frequentemente sujeitas à estigmatização, discriminação e violações de direitos humanos. Globalmente, o acesso aos serviços e apoio para essas pessoas é inadequado.

 

Fonte: Organização Mundial da Saúde (OMS)

Texto:  Ricardo Araújo / Ascom – ISD

Foto: Ricardo Araújo / Ascom – ISD

Assessoria de Comunicação
comunicacao@isd.org.br
(84) 99416-1880

Instituto Santos Dumont (ISD)

É uma Organização Social vinculada ao Ministério da Educação (MEC) e engloba o Instituto Internacional de Neurociências Edmond e Lily Safra e o Centro de Educação e Pesquisa em Saúde Anita Garibaldi, ambos em Macaíba. A missão do ISD é promover educação para a vida, formando cidadãos por meio de ações integradas de ensino, pesquisa e extensão, além de contribuir para a transformação mais justa e humana da realidade social brasileira.

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A preceptora multiprofissional fonoaudióloga Luana Aprígio representa o Instituto Santos Dumont no projeto, que também é integrado pela Professora Dra. Cíntia Salgado Azoni, do Departamento de Fonoaudiologia da UFRN; pela Professora Dra. Ana Cristina Montenegro, do curso de Fonoaudiologia da UFPE; por João Victor Silva, aluno de Fonoaudiologia da UFRN, além de pesquisadores da Universidade Federal da Paraíba. As pesquisas desenvolvidas pelo grupo serão aplicadas em pacientes com autismo atendidos no Anita, com foco nas crianças de 2 a 5 anos com dificuldade de desenvolvimento na fala.

 

“Essa parceria é importante para estabelecer parcerias, ampliar possibilidades de intervenções, torná-las mais acessíveis à população em geral e fazendo com que isso seja aplicado a diferentes realidades. Precisamos ampliar o acesso ao tratamento. Esse é um dos principais objetivos”, destaca Luana Aprígio.

 

Dentro da proposta de estímulo ao desenvolvimento da fala, as pesquisadoras utilizam um livro de comunicação aumentativa e alternativa com figuras diversas, ligadas ao cotidiano da criança, dos pais ou responsáveis para estimular a comunicação funcional. “Por meio do livro, a criança pode se comunicar funcionalmente com diversas pessoas, em diversos ambientes. Cerca de 25% a 30% das pessoas com autismo não desenvolvem a fala. A gente começa a estimular para desenvolver a comunicação verbal. Se não acontecer, ela aprende a usar o livro com as figuras”, explica a Ana Cristina Montenegro, que apresentou palestra no Anita nesta quarta-feira sobre o livro.

Alterações

 

Crianças com autismo que não conseguem se comunicar apresentam alterações de comportamento. Para facilitar o processo comunicativo, o livro tem imagens que representam sentimentos como tristeza, felicidade, raiva, entre outros. Também estão dispostas as letras do alfabeto, verbos de ação, questões como quando, onde, lugar e horário. A proposta de uso do livro torna o serviço acessível a todos em decorrência do baixo custo, diferente dos aplicativos que precisam ser baixados em computadores, tablets ou smartphones. 

 

A preceptora multiprofissional fonoaudióloga do ISD, Luana Aprigio, convidou a Professora Ana Cristina Montenegro para uma aula no Anita e integrou o Instituto Santos Dumont à pesquisa. O projeto foi inscrito no Comitê de Ética do ISD para que a prática da pesquisa ocorra na UFPE e no Anita, envolvendo alunos de graduação da UFRN e da Residência Multiprofissional no Cuidado à Saúde da Pessoa com Deficiência, desenvolvida pelo Instituto Santos Dumont.

 

“O livro não é só da criança. É um sistema de comunicação também que pode ser usado pelos pais e demais parceiros da comunicação para se comunicarem com o filho com autismo. A comunicação gera compreensão. Crianças com autismo têm alta capacidade visual. Alguns cientistas chamam de pensadores concretos. O livro estimula a criança a falar espontaneamente, a partir da organização do pensamento estimulado pelo livro”, ressalta Ana Cristina Montenegro.

 

Prática

 

Foram convidados seis pais de crianças com autismo atendidas no Anita para participarem da palestra com o objetivo de ensiná-los a usar o livro e, principalmente, estimular a utilização com a criança. Após a explicação teórica, as pesquisadoras e o aluno de Fonoaudiologia da UFRN ensinaram o correto manuseio do livro. 

 

“A criança com autismo que consegue falar não vai deixar de falar por causa da comunicação aumentativa alternativa. Na verdade, é um estímulo a mais para se comunicar e expressar emoções, ideias”, frisa Ana Cristina Montenegro. 

 

Transtorno do espectro autista

 

O transtorno do espectro autista (TEA) se refere a uma série de condições caracterizadas por algum grau de comprometimento na comunicação social e interesses restritos ou movimentos repetitivos.

 

O TEA começa na infância e persiste na adolescência e na idade adulta. Os sinais são aparentes nos primeiros três anos de vida.  

 

Indivíduos com transtorno do espectro autista podem apresentar outras condições concomitantes, incluindo epilepsia, depressão, ansiedade e transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH). O nível de funcionamento em indivíduos com TEA é variável, e está relacionado ao nível de suporte que esse indivíduo precisa para sua autonomia.

Principais fatos


Os transtornos do espectro autista começam na infância e persistem ao longo da vida.

Embora algumas pessoas com transtorno do espectro autista possam viver de forma independente, outras têm dificuldades significativas e necessitam de cuidados e apoio ao longo da vida.


As intervenções baseadas em evidências, como o tratamento comportamental e os programas de treinamento de habilidades para os pais, podem reduzir as dificuldades de comunicação e comportamento social, com impacto positivo no bem-estar e qualidade de vida das pessoas com TEA e seus cuidadores.


As intervenções para as pessoas com transtorno do espectro autista precisam ser acompanhadas por ações amplas, tornando ambientes físicos, sociais e atitudinais mais acessíveis, inclusivos e de apoio.


Em todo o mundo, as pessoas com transtorno do espectro autista são frequentemente sujeitas à estigmatização, discriminação e violações de direitos humanos. Globalmente, o acesso aos serviços e apoio para essas pessoas é inadequado.

 

Fonte: Organização Mundial da Saúde (OMS)

Texto:  Ricardo Araújo / Ascom – ISD

Foto: Ricardo Araújo / Ascom – ISD

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Instituto Santos Dumont (ISD)

É uma Organização Social vinculada ao Ministério da Educação (MEC) e engloba o Instituto Internacional de Neurociências Edmond e Lily Safra e o Centro de Educação e Pesquisa em Saúde Anita Garibaldi, ambos em Macaíba. A missão do ISD é promover educação para a vida, formando cidadãos por meio de ações integradas de ensino, pesquisa e extensão, além de contribuir para a transformação mais justa e humana da realidade social brasileira.

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