IIN-ELS promove curso inédito sobre neuromodulação para tratamento da dor

Empresas mostram equipamentos de neuromodulação para dor
Publicado em 27 de setembro de 2017

Dor crônica é algo que impacta a qualidade de vida das pessoas de inúmeras formas. Ela pode dificultar movimentos básicos (como se abaixar), prejudicar a produtividade no trabalho e até interferir no relacionamento interpessoal. Ciente da necessidade e expectativa por novos tratamentos promissores, os pesquisadores do Instituto Internacional de Neurociências Edmond e Lily Safra (IIN-ELS) promoveram uma capacitação de profissionais médicos sobre uma nova técnica com grande potencial terapêutico, a neuromodulação.

O Curso de Neuromodulação Medular Invasiva foi realizado pela primeira vez no Brasil em Natal-RN, durante o 13° Congresso Brasileiro de Dor (CBDor), evento organizado pela Sociedade Brasileira para Estudo da Dor (SBED). Além do IIN-ELS/ISD e da SBED, o treinamento contou com a participação da Sociedade Brasileira de Medicina Intervencionista da Dor (Sobramid) e das três empresas autorizadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a comercializar equipamentos de neuromodulação para o tratamento da dor no Brasil: Boston Scientific, Medtronic e SJM/Abbott.

O neurocirurgião e pesquisador do IIN-ELS Hougelle Simplicio explica que a terapia de neuromodulação ajuda a tratar a dor por meio da estimulação elétrica na medula espinal dos pacientes. Para isso, um eletrodo é implantado dentro da coluna vertebral, sobre a medula. Um fio instalado abaixo da pele conecta esse eletrodo a um gerador de estímulos elétricos, de forma semelhante ao que é realizado com o marcapasso cardíaco. “Essa estimulação contínua da medula altera a percepção da dor no paciente, melhorando os quadros de dor crônica entre 50 e 90%”, informa Hougelle.

Pesquisador do IIN-ELS Hougelle Simplicio apresenta no CBDor
Pesquisador do IIN-ELS Hougelle Simplicio em apresentação durante o CBDor, em Natal-RN.

A indicação da neuromodulação e o implante dos equipamentos só podem ser realizados por profissionais médicos, capacitados nos cuidados em dor crônica e técnicas específicas. O tratamento se aplica exclusivamente a alguns casos de dores crônicas, àquelas nas quais a pessoa sente por meses ou anos, sem melhoras com tratamentos convencionais ou cirurgias.

O curso coordenado pelo IIN-ELS contemplou duas partes. A primeira, teórica, abordou princípios básicos da neuromodulação. Já a parte prática colocou os participantes em contato com os sistemas reais das empresas fabricantes que atuam no Brasil, com explicações de especialistas nos produtos e tutoria de médicos que já atuam na área. “O grande diferencial desse curso foi reunir sociedades médicas e iniciativa privada para capacitar profissionais na aplicação dessa nova terapia, compreendendo que tipo de pacientes podem se beneficiar do tratamento, como realizar o implante e programar os equipamentos”, comenta Hougelle.

Apresentação de produtos da Boston Scientific
Apresentação de Produtos da Boston Scientific no CBDor.
Apresentação de produtos da SJM/Abbott
Apresentação de Produtos da SJM/Abbott no CBDor.

Pesquisa pioneira do IIN-ELS em Neuromodulação

Neuromodulação é uma das principais linhas de pesquisas do IIN-ELS/ISD, localizado em Macaíba-RN. O objetivo dos pesquisadores é desenvolver métodos mais eficientes (ex.: eletrodos e geradores), além de compreender mecanismos fisiopatológicos que contribuam para as futuras gerações de neuromoduladores, uma grande área para pesquisa e desenvolvimento na engenharia biomédica. “Nossas pesquisas têm início com modelagens computacionais. Os melhores resultados são encaminhados para testes pré-clínicos e, depois, estudos clínicos em humanos“, explica Hougelle.

O primeiro estudo do IIN-ELS sobre neuromodulação que chegou à fase de testes em pacientes humanos foi com a terapia para Parkinson. O Brasil é um dos três únicos países no mundo que já realiza testes com humanos nessa área, junto com Canadá e França.

Normalmente, os pacientes recebem um estímulo no cérebro para tratar o tremor e os problemas de movimento. Só que esses estímulos não melhoram a caminhada, conhecida como marcha pelos pesquisadores. Trabalhos científicos do IIN-ELS mostraram que estímulos elétricos na medula melhoram a marcha.

O primeiro trabalho sobre esse tema foi realizado com roedores na Universidade Duke e publicado em 2009, na revista Science. Testes pré-clinicos foram realizados no IIN-ELS em Macaíba-RN com primatas não-humanos e foram publicados em 2014 demostrando a eficácia da estimulação da medula espinal. Mais recentemente, pesquisas na França e em São Paulo com estimulação na medula em humanos mostraram resultados significativos para recuperação da marcha em pessoas com Parkinson. Esta é uma evidência da importância para o Brasil investir em pesquisa e desenvolvimento para o país inovar em engenharia biomédica.

Texto e Fotos: Luiz Paulo Juttel / Ascom – ISD

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Instituto Santos Dumont (ISD)

Organização Social que mantém vínculo com o Ministério da Educação (MEC) e cuja missão é promover educação para a vida, formando cidadãos por meio de ações integradas de ensino, pesquisa e extensão e contribuir para a transformação mais justa e humana da realidade social brasileira.

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