Ciência transmite música a deficientes auditivos

Publicado em 18 de janeiro de 2017

Texto: Luiz Paulo Juttel / Ascom – ISD

Imagens: Ariane Mondo / Ascom – ISD

 

 

Levar música a pessoas surdas, por meio de estímulos táteis. Esse é o objetivo principal do Projeto Auris, desenvolvido por uma equipe de pesquisadores da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Na última quarta-feira, 11/01, os coordenadores da iniciativa estiveram no Instituto Internacional de Neurociências Edmond e Lilly Safra (IIN-ELS), em Macaíba-RN, para apresentar o projeto aos alunos da Pós-graduação em Neuroengenharia e para ampliar parcerias com a Instituição.

Felipe Alves Araújo, aluno de graduação e integrante do projeto, explicou que o Auris foi fundamentado em estudos científicos dos últimos 15 anos que mostraram que estímulos táteis, em especial os associados a graves frequências, podem simular o sentido de audição. Este conhecimento motivou a equipe da UFPB a criar uma cadeira especial, com um conjunto de alto falantes simétricos nas costas de quem senta (simulando o áudio estéreo) e um subwoofer abaixo.

“A vibração dos autofalantes na cadeira transmitem a harmonia e o ritmo das músicas. A sensação de melodia, como um solo de guitarra por exemplo, é simulada através de uma pulseira com vários mini-motores que vibram os tons e semitons das canções”, explica Araújo. Os pesquisadores também desenvolveram uma interface capaz de converter músicas em arquivos que sincronizam os alto-falantes com os motores vibratórios da pulseira.

 

Professor Carlos Eduardo Batista (à esquerda) e o aluno Felipe Alves Araújo (à direita).
Professor Carlos Eduardo Batista (à esquerda) e o aluno Felipe Alves Araújo (à direita).

 

Missão: traduzir a emoção da música para deficientes auditivos

Os cientistas do Projeto Auris buscam avaliar a atividade cerebral de participantes dos experimentos e otimizar o sistema para que, futuramente, pessoas com deficiência auditiva sintam emoções semelhantes à de indivíduos com audição normal quando escutam determinada música. No estágio atual do estudo, os pesquisadores utilizam eletroencefalografia para analisar ondas cerebrais nas faixas thetas, alfas e betas e identificar quais áreas cerebrais são ativadas pelas vibrações da cadeira e da pulseira do Auris. Esses dados são comparados a indivíduos com audição normal, ao escutarem a mesma canção que o sistema reproduz.

Resultados recentes mostram que pelo menos uma das áreas cerebrais ativadas durante os experimentos também é acionada por quem escuta. Além disso, indivíduos que adquiriram surdez ao longo da vida possuem mais facilidade para correlacionar as pulsações com o ritmo da música do que pessoas que nunca ouviram.

Algumas melhorias futuras estão previstas para o sistema. Dentre elas, a combinação das vibrações da cadeira e da pulseira com um avatar digital que dançará no ritmo da música e transmitirá a letra em libras. A pesquisa é desenvolvida no Laboratório de Aplicações de Vídeo Digital (LAVID) da UFPB.

Assessoria de Comunicação
comunicacao@isd.org.br
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