ISD e Sesap realizam quarto encontro de educação permanente sobre atenção às pessoas em situação de violência sexual

Publicado em 20 de janeiro de 2023

O Instituto Santos Dumont e a Secretaria de Estado de Saúde Pública do Rio Grande do Norte (Sesap/RN) realizaram na quarta-feira (18/1), a quarta edição da educação permanente em saúde com o tema: “Atenção integral às pessoas em situação de violência sexual no RN”. As atividades do projeto, que acontecerão durante oito meses, têm como objetivo aprimorar a rede de cuidados e desenvolver competências profissionais para garantir o atendimento integral às pessoas em situação de violência sexual. 

Participam dos encontros 40 profissionais — 30 de serviços hospitalares (hospitais da SESAP) e 10 da rede intersetorial de atendimento, atuantes nas áreas de assistência social, psicologia, enfermagem, medicina e gestão. Os encontros propiciam a interação entre as equipes dos serviços que atuam em todo o estado, com ações focadas na realidade vivenciadas por cada grupo de profissionais da saúde. 

A primeira roda de conversa do encontro de janeiro foi conduzido pela professora do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Rozeli Maria Porto, que abordou o tema “Violência de gênero e saúde: interface com a antropologia”. “O combate à violência de gênero envolve fatores sociais complexos. Como denunciar um membro da família com quem se tem um vínculo? Além disso, questões como a deficiência e a culpabilização da pessoa agredida também devem ser consideradas pelos profissionais que atendem esse público”, diz Rozeli. 

Na segunda parte do encontro, o médico legista e perito criminal, Hugo Pereira, conversou com as participantes sobre as etapas dos exames periciais que integram o processo de acolhimento da pessoa em situação de violência. O conhecimento compartilhado é essencial para que os profissionais possam aperfeiçoar, por exemplo, o preenchimento do prontuário da pessoa atendida nas unidades de saúde. 

A subsecretária de políticas para mulheres do RN, Vanessa Dutra, afirma que a formação pode contribuir para mudar o cenário de violência no estado. “Estar perto de todas as pontas da rede de cuidado nos possibilita um diálogo mais qualificado. Temos contato com casos recorrentes e conseguimos identificar as lacunas nos atendimentos. Assim, podemos definir melhor as estratégias estadual e intersetorial de enfrentamento à violência contra mulheres e crianças”, afirma Vanessa. 

Simulação

No encontro de dezembro, conduzido pelo diretor-geral do ISD, Reginaldo Freitas Júnior, as participantes foram divididas em dois grupos e simularam o acolhimento a uma pessoa em situação de violência sexual. “Conseguimos ver, na prática, o que precisamos melhorar e quais detalhes precisamos observar. Minhas habilidades estão sendo aperfeiçoadas, assim como a de todas as profissionais presentes. A saúde pública é muito beneficiada com ações desse tipo”, conta Fabiana Costa, coordenadora do serviço social do Hospital Santa Catarina, em Natal. 

Ao fim do encontro, as participantes receberam materiais educativos que auxiliarão no atendimento às pessoas em situação de violência sexual: o Dicionário Feminino da Infâmia, a Norma Técnica de Atenção Humanizada às Pessoas em Situação de Violência Sexual e a cartilha Mulher, Vire a Página, material produzido pela Secretaria Estadual das Mulheres, Juventude, Igualdade Racial e Direitos Humanos do RN. As próximas reuniões abordarão temas como os benefícios da escuta qualificada e os aspectos éticos no exercício do cuidado integral às pessoas em situação de violência sexual. 

“A criação de espaços onde as pessoas que integram essa rede de cuidado possam interagir, compartilhar o que sabem, o que fazem, as fortalezas, as fragilidades e os desafios que estão postos no dia a dia dos serviços é importante para que essas mesmas pessoas tenham uma visão mais sistêmica sobre o cuidado integral às pessoas em situação de violência sexual. Essa é uma questão social complexa, um grave problema de saúde pública e uma flagrante violação dos direitos humanos. Sem ampliarmos o modo como enxergamos esse problema não conseguiremos, efetivamente, enfrentá-lo”, comenta Reginaldo Freitas. 

Texto: Leandro Vieira / Ascom – ISD

Foto: Ascom – ISD

Assessoria de Comunicação
comunicacao@isd.org.br
(84) 99416-1880

Instituto Santos Dumont (ISD)

É uma Organização Social vinculada ao Ministério da Educação (MEC) e engloba o Instituto Internacional de Neurociências Edmond e Lily Safra e o Centro de Educação e Pesquisa em Saúde Anita Garibaldi, ambos em Macaíba. A missão do ISD é promover educação para a vida, formando cidadãos por meio de ações integradas de ensino, pesquisa e extensão, além de contribuir para a transformação mais justa e humana da realidade social brasileira.

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O Instituto Santos Dumont e a Secretaria de Estado de Saúde Pública do Rio Grande do Norte (Sesap/RN) realizaram na quarta-feira (18/1), a quarta edição da educação permanente em saúde com o tema: “Atenção integral às pessoas em situação de violência sexual no RN”. As atividades do projeto, que acontecerão durante oito meses, têm como objetivo aprimorar a rede de cuidados e desenvolver competências profissionais para garantir o atendimento integral às pessoas em situação de violência sexual. 

Participam dos encontros 40 profissionais — 30 de serviços hospitalares (hospitais da SESAP) e 10 da rede intersetorial de atendimento, atuantes nas áreas de assistência social, psicologia, enfermagem, medicina e gestão. Os encontros propiciam a interação entre as equipes dos serviços que atuam em todo o estado, com ações focadas na realidade vivenciadas por cada grupo de profissionais da saúde. 

A primeira roda de conversa do encontro de janeiro foi conduzido pela professora do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Rozeli Maria Porto, que abordou o tema “Violência de gênero e saúde: interface com a antropologia”. “O combate à violência de gênero envolve fatores sociais complexos. Como denunciar um membro da família com quem se tem um vínculo? Além disso, questões como a deficiência e a culpabilização da pessoa agredida também devem ser consideradas pelos profissionais que atendem esse público”, diz Rozeli. 

Na segunda parte do encontro, o médico legista e perito criminal, Hugo Pereira, conversou com as participantes sobre as etapas dos exames periciais que integram o processo de acolhimento da pessoa em situação de violência. O conhecimento compartilhado é essencial para que os profissionais possam aperfeiçoar, por exemplo, o preenchimento do prontuário da pessoa atendida nas unidades de saúde. 

A subsecretária de políticas para mulheres do RN, Vanessa Dutra, afirma que a formação pode contribuir para mudar o cenário de violência no estado. “Estar perto de todas as pontas da rede de cuidado nos possibilita um diálogo mais qualificado. Temos contato com casos recorrentes e conseguimos identificar as lacunas nos atendimentos. Assim, podemos definir melhor as estratégias estadual e intersetorial de enfrentamento à violência contra mulheres e crianças”, afirma Vanessa. 

Simulação

No encontro de dezembro, conduzido pelo diretor-geral do ISD, Reginaldo Freitas Júnior, as participantes foram divididas em dois grupos e simularam o acolhimento a uma pessoa em situação de violência sexual. “Conseguimos ver, na prática, o que precisamos melhorar e quais detalhes precisamos observar. Minhas habilidades estão sendo aperfeiçoadas, assim como a de todas as profissionais presentes. A saúde pública é muito beneficiada com ações desse tipo”, conta Fabiana Costa, coordenadora do serviço social do Hospital Santa Catarina, em Natal. 

Ao fim do encontro, as participantes receberam materiais educativos que auxiliarão no atendimento às pessoas em situação de violência sexual: o Dicionário Feminino da Infâmia, a Norma Técnica de Atenção Humanizada às Pessoas em Situação de Violência Sexual e a cartilha Mulher, Vire a Página, material produzido pela Secretaria Estadual das Mulheres, Juventude, Igualdade Racial e Direitos Humanos do RN. As próximas reuniões abordarão temas como os benefícios da escuta qualificada e os aspectos éticos no exercício do cuidado integral às pessoas em situação de violência sexual. 

“A criação de espaços onde as pessoas que integram essa rede de cuidado possam interagir, compartilhar o que sabem, o que fazem, as fortalezas, as fragilidades e os desafios que estão postos no dia a dia dos serviços é importante para que essas mesmas pessoas tenham uma visão mais sistêmica sobre o cuidado integral às pessoas em situação de violência sexual. Essa é uma questão social complexa, um grave problema de saúde pública e uma flagrante violação dos direitos humanos. Sem ampliarmos o modo como enxergamos esse problema não conseguiremos, efetivamente, enfrentá-lo”, comenta Reginaldo Freitas. 

Texto: Leandro Vieira / Ascom – ISD

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